Com o lançamento da YS150 Fazer, a Yamaha pretende ser uma
excelente opção na categoria das motos urbanas de 150 cc e declarou
guerra contra a líder Honda CG 150, que até o final de julho deste ano
já vendeu 200 mil unidades. Segundo Shigeo Hayakawa, diretor presidente
da Yamaha do Brasil, as armas do novo modelo são seu “design original,
baixo consumo e ótimo desempenho”. A Yamaha tem pela frente o mesmo
desafio vivido em 2000 quando lançou a YBR 125 para disputar espaço com a
Honda CG 125. Mais de uma década depois, a história se repete e, aos
olhos da Yamaha, sua 150 é a melhor da categoria e está pronta para
abocanhar 30% do mercado, meta da fabricante.
Para ver a novidade e avaliar o quanto a Yamaha poderá incomodar a
líder do segmento, fomos até a Costa do Sauipe, litoral baiano, conhecer
e pilotar a nova moto e, em uma primeira impressão, a Fazer cumpre a
promessa de design novo e arrojado. Mesmo com corpo esguio e
características de utilitária como a rabeta, o escape e a suspensão
bichoque, semelhantes aos do principal modelo street da marca, a moto
tem seu tom de esportividade. Aletas largas ao lado do tanque, rodas de
liga leve e um farol poligonal e pontudo nas extremidades superiores são
a prova de que esta versão da Fazer veio para ocupar um patamar acima
da Factor 125.
Uma vez que o visual foi uma preocupação da marca japonesa ao
conceber o novo modelo, há capricho nos detalhes. Como pode ser visto na
lanterna traseira bipartida. O painel, que mistura elementos analógicos
e digitais iluminado em vermelho também é digno de destaque. Portanto,
quem pensa que a Fazer 150 é uma YBR melhorada está enganado. Segundo
Yoshihide Ishii, engenheiro líder do projeto, que veio ao Brasil para o
lançamento do modelo: “É uma moto nova, que nada tem a ver com a YBR”,
afirmou o japonês de forma categórica.
A Fazer 150 chega às concessionárias em outubro – e será uma opção a
mais no line-up da marca, junto com a Factor YBR 125, que continua em
produção – disponível em duas versões. A básica é a ED, cujo preço é R$
7.390 e a completa SED sai por R$ 7.890. Ambas sem frete incluso. A
diferença entre os modelos está mais ligada ao apelo visual, já que a
top de linha oferece cavalete central, lentes brancas nos piscas, capa
antiderrapante no banco, molas com pintura na cor vermelha, grafismos
diferenciados e cores exclusivas. A lista de itens parece não justificar
o custo adicional de R$ 500, mas o público que busca uma moto mais
agressiva visualmente vai se empolgar com a “descolada” SED.
O novo propulsor
Nas duas versões está presente o novo motor de 149,3 cm3 de
capacidade cúbica, que traz a segunda geração da tecnologia Blueflex. O
sistema de alimentação reaproveita o combustível excedente melhorando o
consumo – palavra do fabricante que apresentou gráficos na qual a Fazer
150 foi até 7% mais econômica se comparada à sua principal concorrente,
a Honda CG. Seu motor atinge a potência máxima de 12,2 cv a 7.500 rpm
enquanto o torque 1,28 kgf.m está disponível em 5.500 giros.
Durante a avaliação, feita em estradas secundárias, o modelo
mostrou muita disposição em função da injeção eletrônica de combustível.
Foi possível esticar as marchas e superar 110 km/h apesar das
restrições do percurso. Mas o destaque fica para o torque que permitiu
rodar sem trocas de marchas excessivas enquanto o motor entregava força
de modo linear.
O câmbio de cinco marchas tem engates precisos e o ponto morto pode
ser encontrado com facilidade. Ainda nesse quesito, o piloto conta com o
indicador de marcha engatada no painel, o que pode ser um facilitador
para os iniciantes no mundo das duas rodas.
Ciclística planejada
Para encarar o desfio das estradas brasileiras os engenheiros do
Japão foram conservadores e optaram pela receita tradicional no conjunto
de suspensão. Na dianteira o garfo telescópico oferece curso de 120 mm
enquanto na traseira a balança conta com uma dupla de amortecedores
(reguláveis) e 120 mm de curso. Um conjunto eficiente e confiável tanto
na manutenção quanto no uso severo.
Nas duas versões a Fazer 150 oferece rodas de 18 polegadas calçadas
com pneus (sem câmara) da marca Metzeller. Na dianteira usa 2.75 -18 e
100/80 na traseira. O fabricante fez questão de destacar a medida da
traseira como a mais larga da categoria, o que aumenta o conforto e a
segurança na pilotagem.
Já sobre a ciclística, vale dizer que a moto é baixa, com banco a
785 mm do solo. Com isso, mesmo os pilotos de menor estatura se
“sentirão em casa” graças à postura relaxada. Enquanto os braços chegam
naturalmente aos comandos, os pés alcançam o solo com facilidade.
Sente-se falta do lampejador de farol alto, porém é compensado pelo
painel onde se destaca o conta giros (analógico) e o velocímetro
digital. Informações como nível de combustível, hodômetro parcial, além
da marcha engatada, completam o pacote de informações disponíveis.
Ainda ao guidão
Pilotando a nova Fazer, pode-se perceber que o assento mantém a
tradição de conforto (presente na sua irmã maior de 250cc) e parece
permitir longos períodos sobre a moto sem cansar o piloto. As
pedaleiras, emborrachada para o piloto e fixada ao quadro (tipo
bacalhau) para a garupa, propiciam maior conforto. Essa característica é
reforçada pelo sistema de balanceiro no motor e coxins de fixações no
quadro, que impedem a vibração de tornar um incomodo.
Embora a pista fosse travada, tivemos a possibilidade de avaliar o
sistema de freio (disco de 245 mm na dianteira e tambor na traseira). O
sistema mostrou-se adequado ao desempenho da moto e permitiu frenagens
bastante progressivas. Desempenho esperado para um modelo de sua
categoria.
Ficha técnica | |||||||||||
Yamaha YS150 Fazer SED | |||||||||||
Motor SOHC, bicombustível, monocilíndrico, quatro tempos, arrefecido a ar | |||||||||||
Capacidade cúbica 149,3 cm³ | |||||||||||
Potência máxima (declarada) 12,2 cv a 7.500 rpm | |||||||||||
Torque máximo (declarado) 1,28 kgf.m a 5.500 rpm | |||||||||||
Taxa de compressão 9,56:1 | |||||||||||
Câmbio cinco marchas de engrenagem constante | |||||||||||
Transmissão final por corrente | |||||||||||
Alimentação Injeção Eletrônica | |||||||||||
Partida Elétrica | |||||||||||
C x L x A 2.015 x 735 x 1.085 mm | |||||||||||
Peso a seco 119 kg | |||||||||||
Tanque de combustível 15,2 litros | |||||||||||
Cores disponíveis: branca, azul e laranja | |||||||||||
Preço sugerido (sem frete): R$ 7.850 |
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